A Câmara Municipal de Parnaíba realizou na noite de quarta-feira (05) uma audiência pública Home Office com a presença do gerente da Imunização, Charles Alves Lima que abordou vários questionamentos dos vereadores sobre o cronograma das vacinas contra H1N1 e Covid-19 no município de Parnaíba.
A reunião foi solicitada pelo presidente da Câmara, o vereador Carlson Augusto Cornélio Pessoa (DEM) e aprovada por unanimidade pelos vereadores.
O presidente da Casa disse que entende que existe uma ansiedade muito grande da sociedade pela vacinação, mas também falou que os vereadores são cobrados diariamente pela população sobre a questão da vacinação. “Esta é a primeira pergunta, inclusive foi exposto por um colega vereador e que eu também escuto que há uma sensação de que a vacinação está acontecendo de forma lenta. A aplicação das vacinas na cidade de Parnaíba está sendo feita de forma lenta ou é só uma impressão? O que realmente está acontecendo?”, indagou o presidente Carlson Pessoa.
Charles Lima Alves explicou porque Parnaíba não está acompanhando outras cidades como Picos e Teresina. “Nós temos uma dificuldade com relação a população de idosos, pois a nossa população da terceira idade é maior do que foi estimada pelo IBGE, então o Ministério da Saúde tirou como base esses dados do IBGE para o envio das doses para os municípios. Tendo em visto que nós não tivemos Censo de 2020, então a população não foi contada novamente”, salientou.
Outra questão pontuada pelo gerente de Imunização foi que a cidade de Parnaíba possui um comportamento bem diferente, pois atrai aposentados e pessoas que procuram qualidade de vida “Nós temos mais idosos do que foi estimado. Recebemos para população acima de 90 anos apenas 580 doses. Para vocês terem uma ideia, vacinamos mais de 800 idosos com 90 anos e acima e esse mesmo comportamento observamos nas outras faixas etárias de 85- 89 e 84-80 anos. Dessa forma não temos doses suficientes para estar vacinando nossos idosos. Essa situação faz com que a gente tenha um atraso em relação a essas outras cidades, com duas ou três faixas etárias, por isso não estamos acompanhando as etapas dos outros municípios por conta da quantidade insuficiente de doses”, explicou Lima.
O vereador Edcarlos Gouveia da Silva (PP), destacou que como vereador tem acompanhando a questão da vacinação de perto e feito algumas visitas ao departamento de imunização do município para saber como está indo o andamento. “Sr. Charles me explicou a questão da quantidade de doses recebidas, por isso o atraso, mas quero parabenizar o seu empenho com sua equipe. Minha pergunta é se já houve mais agilidade na vacinação”, disse.
Renato Bittencourt dos Santos (PDT), perguntou sobre a viabilidade de atender os grupos prioritários como os funcionários da Agespisa, frentistas, cabeleireiros e outros que foram solicitados por meios dos requerimentos encaminhados à Secretaria de Saúde.
A parlamentar Fatima Carmino Pereira (PT) questionou se o município enviou para a Comissão Intergestores Bipartite a solicitação de mais vacinas para dar cobertura a essa quantidade de idosos e fazer essa tentativa de ter todos vacinados. Outra pergunta feita pela vereadora foi porque as Unidades Básicas de Saúde estão vacinando com faixas etárias diferentes e como tem sido feito a divulgação dos locais de vacinação, bem como as respectivas idades. Também quis saber como tem sido a vacinação na zona rural e as documentações necessárias para nova fase da vacinação que são para as pessoas com comorbidades. Solicitou que a divulgação da lista de vacinados com seus respectivos CPF seja publicada no Diário Oficial do município, pois seria um local mais acessível para população.
Já o vereador Irmão Marquinho (DEM) perguntou como ficará a situação daquelas pessoas que não conseguiram se vacinar pelo fato de algumas morarem em zona rural e o local não ter cobertura e telefonia para recebimento de ligações para o agendamento da imunização.
O vereador Ricardo de Lima Veras (Republicanos), agradeceu a presença do gerente de Imunização e questionou em relação aquelas famílias que moram em áreas descobertas. “Qual procedimento está sendo adotado? Quem não foi vacinado na data programada pela idade deverá proceder de que maneira?
Batista do Catanduvas (Solidariedade) e Ronaldo Prado (Cidadania) pediram mais informações sobre a previsão para o início da vacinação de prioridade para as pessoas com comorbidade. Perguntaram também como ficará a situação daquelas pessoas que não conseguiram se vacinar dentro do cronograma programado pelo fato de residirem na zona rural não receberam a ligação para confirmação do agendamento.
A previsão da vacinação de influenza H1N1 foi a pergunta do vereador Joãozinho do Trânsito (PSC).
Durante a audiência, o vereador Taylon Andrades (PROS) fez uma fala elogiando o gerente de Imunização, Charles Alves Lima, que tem demonstrado um grande comprometimento para liderar as equipes de imunização. “Charles, você é um técnico excepcional. Graças a Deus que neste período de dificuldade temos pessoas competentes como você. Ser gestor no momento em que está tudo certo é muito bom! No entanto, se reconhece um verdadeiro gestor nos momentos de crise que você precisa estar identificando problemas como este ‘delei’, com relação a quantidade de doses na cidade de Parnaíba. Outra fala que eu quero reforçar aqui é que não cabe a nós vereadores estar pedindo grupos prioritários, pois estamos colocando o gestor da pasta numa situação indelicada e temos que seguir o Plano Nacional de Vacinação que tem critérios de priorização”, ponderou o parlamentar.
Zé Filho do Caxingós (PL), perguntou quando irá começar a vacinação de pessoas com deficiência e síndrome de down e dos profissionais fisioterapeutas que são de grande importância tanto na prevenção, quanto nas sequelas e no tratamento pós Covid—19.
O vereador AssisCar (Pros) afirmou que tem visto toda a dedicação da equipe de humanização e que todos estão de parabéns. E perguntou qual a dificuldade maior desta campanha e como os vereadores podem contribuir para realização dos trabalhos.
Em resposta às prioridades que o vereador Renatinho solicitou por requerimento, Charles Lima explicou que tem um Plano Nacional que elege os públicos prioritários e também se recebe a quantidade de doses específicas, então não se pode priorizar os pedidos feitos por requerimentos. “Estamos catalogando os pedidos dos vereadores e quando tiver uma quantidade de vacina suficiente, iremos atender as solicitações”, respondeu.
Charles Lima informou que a relação da lista dos vacinados estão disponíveis no site Localiza SUS (saude.gov.br) e (https://notifica.saude.gov.br/ ). “No início fazíamos por meio de planilhas manualmente, mas fomos orientados pelo procurador Dr. George Pessoa a scanner tudo e encaminhar ao Ministério da Saúde. Não temos mais a quantidade de folhas, pois já passamos mais de 30 mil vacinas, sendo com uma e duas doses. Posso ver a possibilidade com o assessor jurídico de disponibilizar os dados no Diário Oficial do Município”, disse.
Com relação a zona rural, ele explicou que tem uma equipe volante que está em área descoberta fazendo o levantamento das pessoas que receberão o imunizante, para posterior marcação da aplicação.
Na próxima semana terá início a vacinação das pessoas com comorbidade de 18 a 59 anos. “Será necessário apresentar o laudo ou declaração médica para comprovar a comorbidade. Além da documentação que comprova a comorbidade do paciente, também é necessário levar documento oficial com foto, cartão do SUS, CPF e comprovante de residência. Procurar uma UBS mais próxima”, orientou.
Já em relação as pessoas agendadas que não conseguiram ser vacinadas, as mesmas devem procurar o posto de saúde ou agente de saúde para realizar o agendar novamente.
Charles Lima comentou que a vacinação contra influenza H1N1 já começou entre as crianças de 6 meses a menores de 1 ano, gestantes e puérperas (mães que tiveram bebê há menos de 45 dias). Nos próximos dias serão os profissionais da área da saúde.
O gestor finalizou agradecendo o espaço concedido para prestar os devidos esclarecimentos “A situação realmente não está fácil. Não está fácil para ninguém. A gente entende a população e gostaríamos que todo mundo estivesse vacinado. Também queríamos estar montando drive thru, com uma equipe extra para a gente colocar vacinação em shopping, escolas, mas infelizmente essa não é a nossa realidade. Então, estamos fazendo o nosso máximo , cuidando do próximo para ninguém adoecer, enquanto a gente consegue receber mais vacinas. Peço ajuda de vocês”. Pedimos que passem as informações de forma mais correta possível e orientem a população do que realmente está acontecendo, pois temos dificuldade de material e de recursos humanos”, pontuou Charles Lima.
A discussão, que durou duas horas, está disponível nas redes sociais no Facebook e Youtube da Câmara.
Ascom / CMP
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