Convidadas pelo presidente da Câmara, Carlson Pessoa (DEM), as professorasFrancileuda Lopes da Costa e Priscila de Oliveira Lopes, participaram do uso da Tribuna Livre em formato home office da Câmara Municipal, na noite desta quarta-feira (16), para explicarem aos parlamentares sobre a enfermidade fibromialgia, além de lhes solicitar apoio.


Francileuda explicou que a fibromialgia é uma patologia que não há cura, obrigando o enfermo aprender a conviver com a doença por toda a vida. “É uma doença que nos causa muito sofrimento. São dores musculares permanentes e contínuas, às vezes amanhecemos cansadas porque não conseguimos dormir. As pessoas sempre nos questionam: onde dói? Na verdade, não existe um lugar específico, as dores da fibromialgia abrangem todo o nosso corpo. Além de nos causar cansaço físico, também sentimos cansaço mental”.


A professora Francileuda disse ainda que fibromialgia causa perda parcial da memória e, além das dores constantes, surgem alguns hematomas que se espalham pelo corpo inteiro, ocasionando em estado febril, dor de cabeça e insônia constante. “A fibromialgia é considerada uma doença psicossomática que só pode ser diagnosticada por uma junta médica com neurologista, reumatologista, psiquiatra, psicólogo, fisioterapeuta e ortopedista. Para conseguirmos chegar a esse resultado da doença, tivemos que passar por todos esses especialistas”, ponderou.

Francileuda Costa é professora do ensino fundamental e como é necessário passar longas horas em pé e escrevendo, a condição desfavorável de saúde tem causado muito transtorno para ela. “Nós estamos querendo o apoio desta Casa Legislativa para olhar para nós com um olhar de carinho, porque necessitamos de apoio de outros médicos, de outros profissionais na área da saúde para realizar nosso tratamento é não temos tempo devido com nossa carga horária”, suplicou a professora.

Por sua vez, a educadora Priscila afirmou que fibromialgia é sinônimo de dor. “Nós somos portadoras desta doença crônica e vamos carregar isso para o resto das nossas vidas. Imagine vocês trabalharem em um ambiente escolar sentindo dores! Não é uma situação muito fácil, então pensando nisso, tanto eu como a Francinilda, resolvemos estudar a legislação da Prefeitura de Parnaíba para conhecermos e procurarmos alguma legislação específica que garanta a nós servidores da Prefeitura, portadores de fibromialgia, nossos direitos legais. De acordo com o Estatuto do Servidor público do município e também conforme a Lei 3.198/2017, que aprovada 25 de agosto de 2017, não existe nenhuma legislação específica para os servidores portadores de fibromialgia”, pontuou.


Foi então que as professoras resolveram procurar o Poder Legislativo para debater a pauta. “Como vocês sabem, nós somos concursadas com carga horária de 40 horas semanais, então não temos tempo para realizar nosso tratamento. A gente tem que fazer tratamento com fisioterapeuta, com psicólogo, com fonoaudióloga, no entanto, não nos é possível porque a nossa jornada é longa e não disponibilizamos de um tempo para fazer essas atividades e o tratamento correto”, refletiu. “O vereador Carlson nos atendeu com carinho e muita atenção, sendo muito gentil conosco e com o nosso problema. Solicitamos a ele e pedindo agora aos demais vereadores da Casa mais empatia com o nosso problema. Eu quero deixar claro que a gente não está querendo deixar de trabalhar, de forma nenhuma. O que desejamos é ter tempo na nossa jornada de trabalho para que possamos fazer os nossos tratamentos e termos mais qualidade de vida”, argumentou.

As professoras pediram ajuda à Casa Legislativa para que haja uma Legislação específica que conceda uma redução na carga horária para que as servidoras do município possam dedicar um tempo aos tratamentos da fibromialgia.

Em fala, o presidente Carlson Pessoa informou que irá encaminhar a ata da sessão para a Comissão de Legislação, Justiça e Redação Final e à Comissão de Saúde, de forma que ambas as Comissões avaliem uma emenda na Lei 3.198/2017, no sentido de amparar a situação de pessoas acometidas pela fibromialgia.


A presidente da Comissão de saúde, a vereadora Neta Castelo Branco (DEM), colocou-se à disposição para analisar uma emenda para tentar reduzir a jornada de trabalho do grupo. “Vamos nos reunir e vamos trazer para esta Casa uma emenda para diminuir a carga horária para que vocês possam realizar o tratamento adequado. Vocês vieram no local certo, na Casa do Povo, onde todos os vereadores irão poder ajudá-las porque com essa carga de 40h, infelizmente fica difícil para os pacientes ”, disse.


Daniel Jackson (Solidariedade), presidente da Comissão de Justiça e Redação Final, informou como foi feito para aprovação da Lei 3.198/2017. “Eu encaminhei um Indicativo de Projeto de Lei e o prefeito encaminhou o projeto concedendo a diminuição de 50% para os servidores do município que possuem filhos ou dependentes que têm alguma deficiência e conseguimos essa vitória, então vejo que é justo a luta de vocês e vamos reunir as Comissões para analisarmos a melhor maneira de estar contemplando vocês, para que possam realizar o tratamento da fibromialgia”.

O presidente reafirmou que a Câmara Municipal é a verdadeira Casa do Povo, local propício para discutir, debater e confrontar. “O nosso propósito é trabalhar com vocês e eu fico muito feliz sendo cada vez mais sendo procurado por diversas categorias e segmentos, que vêm buscar apoio desta Casa para encontrarem soluções no âmbito do serviço público e até no serviço privado, afinal de contas somos legisladores, fiscais e legítimos representantes de vocês. Quero acreditar que no início de agosto já teremos um resultado, quando marcaremos uma reunião aqui na Câmara, no gabinete da Presidência novamente para dizer da nossa decisão e qual será o próximo passo junto ao Poder Executivo”, finalizou Carlson Pessoa.
Ascom / CMP

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