A necessidade do funcionamento dos laboratórios em forma de rodízio 24 horas a fim de atender a população aos finais de semana e feriados em Parnaíba, foi tema de audiência pública realizada na noite desta segunda-feira (14). A demanda foi proposta pelo presidente da Câmara Municipal, Carlson Pessoa (DEM), mediante solicitação do médico Darllan Barros.
Fizeram-se presentes vários representantes dos laboratórios e unidades de saúde de Parnaíba, além dos vereadores, como o médico Darllan Barros, o presidente do Conselho Regional de Farmácias do Piauí, Luiz José Júnior, a farmacêutica, biomédica e representante da Secretaria Municipal de Saúde, Luci Maura Silva, Sebastião Tribuzi Silva, Carlos Bessa, a bioquímica e representante do Laboratório Araújo Vaneska Magalhães Rios, o biomédico e representante do Laboratório Citomed, Rafael Pessoa, o representante do Laboratório São Vicente, Pedro Sérgio, o presidente do Sindicato dos Biomédicos e do Conselho Estadual de Saúde, João da Cruz, o representante do Laboratório Aldelab Diagnóstico, Carlile Campos, o representante do Laboratório Tec Lab, Mário Abel, além do autor da propositura e presidente da Casa, Carlson Pessoa, da líder do governo, Neta Castelo Branco (DEM), além dos vereadores Renato Bittencourt (PDT), Assis Car (PROS), Zé Filho Caxingó (PL) e Batista do Catanduvas (Solidariedade).
Darllan Barros iniciou as falas declarando que a comunidade médica de Parnaíba encontra extrema dificuldade para requisitar exames aos finais de semana em virtude de os laboratórios estarem fechados, fato que acaba comprometendo a intervenção médica.
“O funcionamento dos laboratórios de forma ininterrupta é muito importante não somente para a população parnaibana, mas também para todos da Planície Litorânea, pois assim os médicos ao disporem do resultado laboratorial em mãos, poderão atuar de forma completa imediatamente”, pontuou.
Sebastião Tribuzi Silva lembrou que tempos atrás a população já enfrentou o problema em relação ao funcionamento das farmácias, fato que também foi resolvido após intervenção da Câmara, através de pleito do vereador Carlson Pessoa.
“Nossa luta é que os serviços em saúde sejam ofertados todos os dias da semana 24 horas, tanto a saúde pública quanto a privada. Precisamos que os locais de atendimento de urgência e emergência sejam completos para que as condutas médicas possam ser feitas da forma mais pontual e correta possível”, exclamou Silva.
Luci Maura Silva disse que na cidade já existem laboratórios trabalhando 24 horas ligados a hospitais públicos, no entanto, é preciso ampliar a oferta.
Carlos Bessa ressaltou que a problemática de ter laboratórios particulares funcionando 24 horas implica em vários motivos, como a falta de segurança. Ele considerou importante ter o serviço em forma de rodízio, mas vinculado a um hospital.
A bioquímica Vaneska Magalhães Rios concordou com os colegas frisando que o Laboratório Araújo já funciona de forma ininterrupta no Hospital e Maternidade Marques Bastos.
Pedro Sérgio ressaltou que em mais de 20 anos de atividades o telefone do Laboratório São Vicente nunca tocou solicitando exame de madrugada ou aos finais de semana. “Mas sabemos que os tempos vêm mudando e então iremos alimentar a ideia do funcionamento 24 horas. O primeiro ponto que precisamos saber é a relação dos exames que os laboratórios terão disponíveis e a comunicação com o profissional médico. Acho muito bom abrirmos aos finais de semana, mas também é importante que as clínicas médicas também sejam 24 horas, pois os serviços estão interligados. Devemos debater como será a logística e o custo destas demandas, pois a tabela do SUS há anos não tem reajustes”, esclareceu.
João da Cruz contou a experiência de Teresina, onde os laboratórios atendem às demandas dos hospitais em regime de urgência e emergência.
“Quando atuei nesta área em Teresina, a rotina normal de exames de livre demanda era muito raro de acontecer e acredito que não mudou muito, ou seja, as demandas lá também estão ligadas aos hospitais”.
O biomédico Rafael Pessoa igualmente pontuou sua concordância com os pares quanto ao entendimento de que os laboratórios devem funcionar em regime 24 horas atrelados aos hospitais.
Mário Abel também declarou entender que mesmo aos finais de semana os laboratórios precisarão de referências a fim de ver a viabilidade de execução, pois muitos enviam os materiais e amostras para outros centros que nem sempre devolvem o resultado imediatamente.
Carlile Campos reforçou que devido ao processamento e complexidade das biópsias e exames, não tem como entregar os resultados imediatamente, conforme os médicos requerem.
“Também não possuem terceirização com hospitais para a realização de exames, mas estamos à disposição dos parnaibanos e o que for preciso, estamos aqui para contribuir e servir a sociedade”.
O parlamentar Assis Car parabenizou o médico Darllan Barros e o presidente Carlson Pessoa por proporem o funcionamento integral dos referidos centros de saúde.
“Precisamos encontrar uma saída para deixar aos finais de semana e feriados um laboratório de plantão, pois assim, se os médicos precisarem, eles saberão para onde encaminhar seus pacientes”, ponderou.
Neta quis saber se seria difícil o laboratório do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda) se adequar para melhorar os equipamentos e servir a população de forma mais assertiva.
Luci Maura respondeu que não haveria dificuldades, afirmando que o que falta é a manutenção dos equipamentos e realização de exames simples que no momento são terceirizados.
O presidente Carlson Pessoa frisou que a discussão foi proposta pensando no bem estar e na saúde da população, principalmente neste momento pandêmico. Carlson disse que, ao que parece, a Santa Casa de Misericórdia e o Hospital Santa Edwirgens estariam impossibilitados de realizar os trabalhos.
“Um paciente internado na Santa Casa ao final de semana que precise de um exame de urgência, como seria o procedimento?”, inquiriu o presidente.
Darllan Barros pontuou que já precisou em uma sexta-feira à noite de requisitar exame para detectar infecção urinária em paciente e somente foi receber o resultado na terça-feira à tarde.
“Precisamos de uma continuidade para tratar certas enfermidades imediatamente. No entanto, não temos a continuação desse segmento. A saúde tem pressa. Somos uma cidade grande e devemos seguir o exemplo de Teresina onde os exames não param”, salientou.
Batista do Catanduvas (Solidariedade), reforçou que muitos exames simples que poderiam ser ofertados no Heda são encaminhados para a Clínica Diagnóstico, sendo que no próprio hospital o resultado sairia bem mais rápido.
“A doença quando chega não avisa, então precisamos tirar esses ‘entraves’ na saúde pública da nossa cidade”, declarou Batista.
Renato Bittencourt (PTB), exaltou a realização do debate e pediu a inclusão do rodízio aos feriados.
Zé Filho Caxingó (PL), perguntou sobre a contrapartida dos laboratórios e a viabilidade da prestação dos serviços.
Por fim, Carlson agradeceu a participação e contribuição dos presidente, ao tempo que informou que a ATA da audiência será encaminhada ao Ministério Público do Piauí.
Ascom / CMP