O presidente do Sindicato dos Professores e Auxiliares da Administração Escolar do Estado do Piaui (Sinpro/PI), Jurandir Jacy Soares Silva, fez uso da Tribuna Livre da Câmara Municipal de Parnaíba (CMP) na noite desta segunda-feira (05), quando explanou os diversos problemas de segurança sanitária aos quais os professores da rede privada de ensino de Parnaíba estão expostos. Silva suplicou pela suspensão imediata das aulas presenciais e defendeu o retorno remoto das atividades. O uso da Tribuna Livre da Casa foi uma propositura conjunta da vereadora Fátima Carmino (PT) e do vereador Zé Filho Caxingó (PL).

Jurandir considera um erro a liberação das aulas nas escolas privadas por parte do Governo do Estado.

“No segundo decreto já foi um grande erro permitir a diminuição do distanciamento social entre os alunos e professores. Tinham muitos estudantes nas salas de aula e isto é um risco iminente de contaminação. Nunca imaginei que após um ano de pandemia iríamos passar por momentos ainda mais difíceis. No início da crise conseguimos suspender as aulas, medida que gerou êxito na segurança de nossos alunos e colaboradores, mas agora com esta flexibilização, já perdemos três professores somente esta semana. Não é possível que a morte de três professores em um curto período de tempo não sensibilize as autoridades”, ponderou.

Conforme dados explanados pelo presidente do sindicato, das 416 escolas privadas do Piauí, mais de 70 escolas tiveram seus protocolos internos recusados pelo Centro de Operações Emergenciais (COE).

“Solicitamos o fechamento imediato destas escolas para que as mesmas retornassem somente com as aulas remotas. A educação é essencial, no entanto, ser essencial não significa ser presencial”, refletiu.

Jurandir ressaltou ainda sobre o anúncio veiculado na imprensa pelo governo de que os professores haviam sido incluídos no grupo prioritário, mas que a categoria cobra  um calendário exato da vacinação.

“Temos muitos professores em pânico, com depressão. Nos horários vagos estes profissionais não querem entrar na sala dos professores com medo de serem contaminados. A situação que estamos vivendo é alarmante”, disse Jurandir ao afirmar ainda que somente haverá pátio escolar seguro quando os professores estiverem imunizados.

“Enquanto não houver vacina, o ideal é que as aulas permaneçam de forma remota. Não estamos pedindo a paralisação das aulas e sim a suspensão até a liberação da vacina. Estamos todos em pânico com o agravamento da pandemia”, afirmou o presidente ao agradecer o espaço cedido pelo legislativo parnaibano.

Em sua fala, Fátima Carmino concordou com o presidente do Sinpro ao destacar que “o ambiente escolar é um dos mais propícios para a contaminação do vírus, pois é extremamente difícil manter o distanciamento social”.

Zé Filho apresentou dados alarmantes de outros Estados que, ao liberarem as aulas, tiveram índices crescentes de professores e alunos infectados pelo novo coronavírus.

“Sou totalmente a favor das aulas remotas. Não há motivos para nos arriscarmos neste momento, ainda mais levando em conta a estimativa de que este mês cheguemos ao pico de contaminação”, ponderou o parlamentar.

 

Ascom / CMP

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